Quando as ondas sonoras chegam aos nossos ouvidos, elas entram no canal auditivo e atingem o tímpano. A partir daí, essas ondas sonoras são mecanicamente amplificadas e transmitidas para a parte interna do ouvido; é ali que está a cóclea, responsável por enviar os sinais do som para os nervos e para o cérebro. No implante coclear, o som entra por um microfone e é processado por um microcomputador externo. O som então é transformado em informação digital e transmitido via ondas de rádio para o implante na parte interna do ouvido. Os eletrodos colocados dentro da cóclea estimulam eletronicamente o nervo auditivo e a pessoa volta a escutar.
Há quase 10 anos, Walter perdeu completamente a audição; ele ficou um ano sem ouvir absolutamente nada, até que descobriu o implante coclear. Em 2006 ele fez a primeira cirurgia. Após 30 dias da operação, o aparelho foi ativado e, como um passe de mágica – ou um milagre da tecnologia – ele voltou a ouvir!
O implante coclear não é algo novo; começou a ser feito ainda na década de 70. Mas com o avanço da tecnologia, se tornou mais acessível e também evoluiu bastante em questões de hardware e software. Hoje, a audição de um implantado é praticamente perfeita.
Curioso é que mais do que devolver a audição – o que já é espetacular – a tecnologia permite ainda que o aparelho externo se conecte via Bluetooth com outros dispositivos. Aí, o ouvido biônico realmente ultrapassa a capacidade humana.
O implante coclear é bem diferente dos tradicionais aparelhos auditivos. Estes dispositivos apenas amplificam o som, mas se a pessoa não escuta nada, não adianta amplificar. É mais ou menos como dar óculos a um cego e esperar que ele volte a enxergar.
No Brasil, o implante coclear é 100% custeado pelo Sistema Único de Saúde, o SUS. O procedimento é feito inclusive em crianças recém-nascidas com deficiência auditiva. Para jovens e adultos existe todo um protocolo de avaliação para definir se o paciente realmente necessita do implante.
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