Agência FAPESP - Diariamente, pequenas doses de álcool foram dadas a camundongos por um grupo de cientistas na Suécia. O resultado direto foi uma diminuição no risco de desenvolver artrite reumatóide, segundo artigo que será publicado esta semana no site e em seguida na versão impressa da revista Proceedings of the National Academy of Sciences (Pnas).
Enquanto o excesso da ingestão de bebidas alcóolicas pode provocar uma série de complicações à saúde, muitos estudos têm sugerido que pequenas doses podem ter efeitos benéficos, como na diminuição do risco de desenvolver problemas cardíacos.
O grupo liderado por Andrzej Tarkowski, do Departamento de Pesquisas em Reumatologia e Inflamações da Universidade de Gotemburgo, decidiu verificar um possível efeito de proteção na artrite reumatóide.
Inicialmente, camundongos receberam injeções de colágeno para a indução de artrite. Depois, os animais foram divididos em dois grupos: o primeiro podia beber apenas água; o segundo, água com 10% de etanol.
Nas semanas seguintes, os camundongos que receberam doses de álcool apresentaram um desenvolvimento mais lento da artrite e menos sintomas crônicos à medida que a doença progredia.
Segundo os pesquisadores, a ingestão de etanol estimulou a produção de testosterona, que levou a uma série de eventos antiinflamatórios. Os camundongos do primeiro grupo não apresentaram toxicidade no fígado ou outros problemas de saúde.
“O desenvolvimento de artrite erosiva foi quase que totalmente anulado”, escreveram os autores. “Nós concluímos que o consumo pequeno, mas persistente, de etanol atrasa a progressão da artrite induzida pelo colágeno pela interação com a resposta imunológica natural.”
O artigo Ethanol prevents development of destructive arthritis, de Andrej Tarkowski e outros, pode ser lido por assinantes da Pnas em www.pnas.org.
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