A pesquisa realizada pela fonoaudióloga Catiane Maçaira de Lemos para montar sua tese de mestrado foi destaque da página de Saúde da edição de cinco de agosto, do jornal O Estado de São Paulo. “Acompanhei um trabalho de pesquisa junto a 170 pessoas com idade de 6 a 55 anos, cuja metade delas tinha rinite alérgica. Durante todo esse tempo, observei que o grupo que possuía rinite, apresentava alterações na forma de respirar, mastigar e engolir, além de alterações na oclusão dentária, problema estrutural relativo à posição dos dentes na boca”, disse a fonoaudióloga.
Durante o tempo de pesquisa, foi observado que, por causa da rinite, as pessoas que sofrem desse mal não respiram o tempo inteiro pelo nariz e por causa disso, modificam as estruturas musculares da língua, lábios e bochecha. “É sazonal, mas quem possui rinite, nem sempre percebe a modificação de sua respiração. Os adultos, que deveriam ter mais atenção – e força – para se manterem de boca fechada e respirando pelo nariz, não conseguem e acabam alterando toda a parte muscular que envolve a boca”, diz ela.
Segundo a fonoaudióloga, essa flacidez acaba por alterar todo o processo de mastigação, deglutição, respiração, fala e provoca, inclusive, má oclusão dentária. “Durante a mastigação, a pessoa tende a engolir mais rapidamente o alimento, não os triturando bem, além de adquirir uma mastigação de boca aberta”, comentou Catiane.
Com a flacidez da língua, quem possui rinite alérgica tende a associar à mastigação, no momento de engolir, movimentos da cabeça, forçando a lí'ngua contra os dentes e modificando a posição da arcada dentária. ”O importante é ressaltar que tudo isso se deve ao fato da pessoa ter rinite alérgica. Com a língua no lugar errado na hora de engolir, os dentes também ficam posicionados erroneamente e a mastigação se dá de maneira errada”, diz a fonoaudióloga.
Segundo ela, já existiam estudos dos efeitos da respiração oral na hipertrofia das amígdalas e da adenóide, mas em relação à rinite, foi o primeiro estudo que foi feito. “O resultado positivo disso é que a rinite, atualmente, deve ser tratada por uma equipe multidisciplinar – o otorrinolaringologista, o fonoaudiólogo e o ortodontista – para que não ocorra, no futuro, problemas advindos deste quadro, finalizou Catiane.
Leia mais detalhes no link da matéria do jornal O Estado de São Paulo.
Matéria Estadão